Por que seus clientes multinacionais estão exigindo relatórios e índices de sustentabilidade?

Flávio UbCarbon • 28 de maio de 2025

Entenda a importância da gestão de emissões de GEE e o papel de frameworks como EcoVadis, SBTi, CDP, IFRS S2 e SBCE nas novas exigências das cadeias globais.

Clientes exigem dados de sustentabilidade.

Por que seus clientes multinacionais estão exigindo relatórios e índices de sustentabilidade?

Entenda a importância da gestão de emissões de GEE e o papel de padrões como EcoVadis, SBTi e SBCE nas cadeias globais de fornecimento.

Nos últimos anos, empresas brasileiras de diversos setores têm enfrentado uma nova demanda de seus principais clientes multinacionais: a entrega de relatórios ambientais, sociais e de governança (ESG), com destaque para dados sobre emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Essa exigência é reflexo de uma transformação estrutural no modo como cadeias globais de valor operam — impulsionada por regulações internacionais, investidores e consumidores mais exigentes.


Além de relatórios técnicos, há crescente demanda por certificações e alinhamento com frameworks como o EcoVadis, a SBTi (Science Based Targets initiative) e, no caso do Brasil, o alinhamento às futuras exigências do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE).

 

A pressão regulatória e de mercado

Empresas multinacionais estão sendo cada vez mais pressionadas por três frentes principais:

Regulações internacionais e nacionais

  • União Europeia: European Green Deal, Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) e a Lei de Cadeia de Suprimentos da Alemanha (Lieferkettengesetz) exigem que empresas monitorem riscos ambientais e sociais em suas cadeias.
  • Brasil: O SBCE, regulamentado pela Lei nº 14.590/2023 e sob elaboração de decretos complementares, criará um mercado regulado de carbono no país. Fornecedores que emitirem acima de determinados limiares terão que relatar emissões e poderão ser obrigados a entregar créditos para compensação.

Pressões de mercado e investimentos

  • Fundos como BlackRock e gestores ESG exigem planos robustos de descarbonização e transparência climática, o que se estende aos fornecedores das multinacionais investidas.

Reputação e demanda de consumidores

  • Marcas globais estão assumindo metas Net Zero até 2030 ou 2050, e precisam comprovar que seus fornecedores também estão reduzindo emissões. É aqui que entram sistemas como SBTi e EcoVadis.

 

O que é a gestão de emissões de GEE?

A gestão de emissões de Gases de Efeito Estufa consiste em medir, reportar, reduzir e, quando necessário, compensar as emissões geradas pelas atividades da empresa. A metodologia mais amplamente utilizada é o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), que classifica as emissões em:

  • Escopo 1: Emissões diretas da operação (ex: veículos próprios, queima de combustíveis).
  • Escopo 2: Emissões indiretas pela compra de energia elétrica.
  • Escopo 3: Emissões indiretas em toda a cadeia de valor (ex: transporte de insumos, uso do produto final).

É justamente o Escopo 3 que está sob maior escrutínio — pois nele estão as emissões dos fornecedores, como sua empresa.

 

Por que seus clientes estão pedindo mais do que inventários?

Empresas multinacionais agora exigem sistemas de gestão estruturados, evidências de melhoria contínua e alinhamento a padrões internacionais reconhecidos. Vamos a três dos principais:

1. EcoVadis

Trata-se de uma das plataformas de avaliação de sustentabilidade mais utilizadas por grandes corporações. O sistema classifica fornecedores com base em critérios ESG, incluindo meio ambiente, trabalho e direitos humanos, ética e compras sustentáveis.

Se seu cliente pediu que você seja avaliado pelo EcoVadis, isso significa que ele está integrando o desempenho ESG dos fornecedores em sua análise de risco e tomada de decisão.

2. SBTi – Science Based Targets initiative

O SBTi valida metas corporativas de redução de emissões com base na ciência climática. Muitas multinacionais que adotaram metas SBTi agora exigem que seus fornecedores:

  • Relatem suas próprias emissões (principalmente Escopos 1 e 2);
  • Desenvolvam metas baseadas na ciência (inclusive para Escopo 3);
  • Apresentem planos concretos de descarbonização.

Empresas que não se alinham a essa exigência correm o risco de serem excluídas de contratos de médio e longo prazo.

3. SBCE – Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões

O Brasil está em fase final de regulamentação do seu mercado regulado de carbono. Empresas com emissões acima de 10 mil tCO₂e/ano terão que reportar anualmente suas emissões ao governo, e acima de 25 mil tCO₂e/ano, estarão obrigadas a participar do mercado regulado (entregando permissões ou compensando excedentes).

Mesmo empresas menores — ou fora do limite — serão indiretamente impactadas, pois seus clientes maiores exigirão que reportem suas emissões para cumprir obrigações do SBCE.

 

Quais indicadores e documentos você deve preparar?

Empresas fornecedoras devem estar preparadas para entregar:

  • Inventários de Emissões (GHG Protocol ou ISO 14064);
  • Planos de Redução de Emissões;
  • Relatórios de Sustentabilidade (GRI, TCFD, SASB);
  • Certificações ESG (ex: EcoVadis);
  • Metas SBTi (se aplicável);
  • Evidência de mitigação e compensação com créditos certificados;
  • Alinhamento com futuras exigências do SBCE.

 

Como a UnCarbon pode ajudar sua empresa

A UnCarbon apoia sua jornada com:

  • Inventário completo de emissões e análise de riscos climáticos;
  • Adequação e suporte para obtenção de boas notas em EcoVadis;
  • Apoio técnico para definição e submissão de metas à SBTi;
  • Preparação para obrigações do SBCE;
  • Elaboração de planos de mitigação, neutralização e certificação de créditos de carbono.

Trabalhamos com uma abordagem prática, estratégica e focada em resultados — com experiência em setores como metalúrgico, químico, agronegócio, logística, indústria e energia.

 

Concluindo, o cenário global de negócios está sendo redesenhado pela agenda climática e pela necessidade de transparência ESG. Estar preparado para entregar indicadores confiáveis, reduzir emissões e responder às plataformas como EcoVadis, SBTi e SBCE é uma vantagem competitiva — e, em breve, será uma exigência mínima.

Empresas que não se adaptarem correm o risco de perder contratos, investimentos e reputação.

Se a sua empresa ainda não começou essa jornada, o melhor momento é agora — e a UnCarbon está aqui para te guiar.


Entre em contato conosco e agende uma reunião com nossos especialistas! www.uncarbon.com.br/avaliacao


Siga-nos : www.linkedin.com/company/uncarbon-sustainability-projects


Por Flávio UbCarbon 14 de maio de 2025
Descarbonização corporativa: obrigação regulatória ou vantagem competitiva?
Por Flávio UbCarbon 24 de abril de 2025
Decisão de Diretoria nº 083/2024/A , tornando obrigatório o envio anual do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Por Flávio UbCarbon 10 de abril de 2025
Descarbonização corporativa deixou de ser opcional. Agora é obrigação.
Por Flávio UbCarbon 2 de abril de 2025
A diferença entre Inventário e Pegada de Carbono, por onde começar?
Por Flávio UbCarbon 20 de março de 2025
A Nova Reforma Tributária e Seu Impacto na Descarbonização Empresarial
Por Flávio UbCarbon 13 de fevereiro de 2025
A implementação do SBCE está estruturada em cinco fases principais.
Por Flávio UbCarbon 5 de fevereiro de 2025
Benefícios Ambientais do Sistema de Crédito de Carbono.
Por Flávio UbCarbon 18 de dezembro de 2024
A medida cria um mercado regulado de carbono no país e estabelece limites para a emissão dos gases de efeito estufa.
Por Flávio UbCarbon 11 de dezembro de 2024
As recentes alterações nas normas ISO introduziram considerações sobre mudanças climáticas em diversos sistemas de gestão.
Por Flávio UbCarbon 5 de dezembro de 2024
Prioridades corporativas, orçamentos e do mercado para 2025 - Descarbonização Supply Chain
Mais Posts